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Revolução copernicana. É como Freud expressa as consequências produzidas por suas teorias sobre o orgulho humano. Nesta expressão, encontramos uma referência a um dos principais atributos da Modernidade ocidental; a ciência, com seu poder desilusor diante das pretensões narcísicas do Homem. A teorização do inconsciente possuiria também este momento potencial crítico; ela implica em uma teoria da mente no qual o eu e a consciência deixam de ser concebidos como centrais e capazes de auto-determinação. O sujeito soberano, um dos pilares da Modernidade e da ciência, perde sua posição. Então, qual é a relação da psicanálise com a Modernidade? Este livro procura investigar o sentido da crítica ao eu efetivado por Freud. Inicialmente, ele coloca em questão o sentido da crítica na Modernidade e, em seguida, recoloca a questão da perspectiva da ética da clínica psicanalítica. A psicanálise nasceu como um discurso poderosamente crítico sobre as pretensões do homem. Diante da concepção de um sujeito soberano, capaz de se auto determinar, ela só pode parecer um instrumento de desilusão. Mas a desilusão cura. É na concepção de que a disilusão cria a perspectiva do desfrute dos prazeres possíveis que encontramos uma relação entre Freud e um autor com o qual não costuma ser aproximado; Michel de Montaigne. A desilusão decorrente da crítica ao eu parecerá pessimista a quem espere ouvir que a vida é só bela, que o Homem é livre e pode ser plenamente feliz, que os conflitos pessoais e sociais acabarão, etc. A decepção para com a realização de uma série de ideais pode conduzir ao ceticismo, mas este não desemboca necessariamente no cinismo ou ao desinteresse pela vida. Procuramos aqui trabalhar uma via na qual o que se possa chamar de ideais ou utopias caminhem no sentido da tolerância e construção de vínculos e meios para o convívio consigo e com os demais. Montaigne fez seu grande elogio à amizade; Freud concebeu, como fim da análise, a possibilidade de amar e trabalhar. Dificilmente se poderia considerar estas perspectivas como um programa universal utópico; e talvez haja nisto algum mérito. Embora estejamos em um campo muito mais próximo do que o das grandes utopias, o desafio não é pequeno; não se trata de se acomodar diante da impossibilidade de transcendermos nossa condição humana, mas de nos expormos ao não-eu, para nos divertimos (de) em boa companhia. - Sumário
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Summary
Revolução copernicana. É como Freud expressa as consequências produzidas por suas teorias sobre o orgulho humano. Nesta expressão, encontramos uma referência a um dos principais atributos da Modernidade ocidental; a ciência, com seu poder desilusor diante das pretensões narcísicas do Homem. A teorização do inconsciente possuiria também este momento potencial crítico; ela implica em uma teoria da mente no qual o eu e a consciência deixam de ser concebidos como centrais e capazes de auto-determinação. O sujeito soberano, um dos pilares da Modernidade e da ciência, perde sua posição. Então, qual é a relação da psicanálise com a Modernidade? Este livro procura investigar o sentido da crítica ao eu efetivado por Freud. Inicialmente, ele coloca em questão o sentido da crítica na Modernidade e, em seguida, recoloca a questão da perspectiva da ética da clínica psicanalítica. A psicanálise nasceu como um discurso poderosamente crítico sobre as pretensões do homem. Diante da concepção de um sujeito soberano, capaz de se auto determinar, ela só pode parecer um instrumento de desilusão. Mas a desilusão cura. É na concepção de que a disilusão cria a perspectiva do desfrute dos prazeres possíveis que encontramos uma relação entre Freud e um autor com o qual não costuma ser aproximado; Michel de Montaigne. A desilusão decorrente da crítica ao eu parecerá pessimista a quem espere ouvir que a vida é só bela, que o Homem é livre e pode ser plenamente feliz, que os conflitos pessoais e sociais acabarão, etc. A decepção para com a realização de uma série de ideais pode conduzir ao ceticismo, mas este não desemboca necessariamente no cinismo ou ao desinteresse pela vida. Procuramos aqui trabalhar uma via na qual o que se possa chamar de ideais ou utopias caminhem no sentido da tolerância e construção de vínculos e meios para o convívio consigo e com os demais. Montaigne fez seu grande elogio à amizade; Freud concebeu, como fim da análise, a possibilidade de amar e trabalhar. Dificilmente se poderia considerar estas perspectivas como um programa universal utópico; e talvez haja nisto algum mérito. Embora estejamos em um campo muito mais próximo do que o das grandes utopias, o desafio não é pequeno; não se trata de se acomodar diante da impossibilidade de transcendermos nossa condição humana, mas de nos expormos ao não-eu, para nos divertimos (de) em boa companhia. - Detalhes do Produto
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editora Casa Autor SANTI, PEDRO LUIZ RIBEIRO DE SANTI ISBN-13 9788573962611 Edição 1 Ano da edição 2003 Número de Páginas 275
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