Driblando a perversao

Ao longo da história da produção intelectual do país, é possível encontrar uma profusão de opiniões e teorias que atribuem características negativas ao brasileiro. É asim nas obras de Caio Prado Júnior, Manoel Bomfim, Artur Ramos, Paulo Prado, Sérgio Buarque de Hollanda, entre outros. O que é igualmente preocupante é verificarmos, como aponta este livro, que posições semelhantes existem também nos textos psicanalíticos. Por vezes, o 'psicodiagnóstico' de 'perversão' é destinado ao sujeito nacional, de modo claro e direto. Em outros casos, são enfatizadas as características transgressivas, como algo 'intrínseco' e/ou 'original' no brasileiro. Ainda, em conversas informais entre profissionais ou estudantes de psicanálise é comum ouvirmos afirmações do mesmo tipo. Tratando do futebol (como poderia ser outro elemento de nossa vida social, por exemplo a política, o carnaval ou a arte literária), 'Driblando a perversão' apresenta, discute e refuta tanto a pretensão de estabelecer um caráter para o povo de qualquer país, como também os argumentos baseados nesse tipo de interpretação psicanalítica, que patologiza o brasileiro. Ao final, o autor apresenta uma nova tendência. em parte da produção psicanalítica, em pensar a subjetividade brasileira a partir de um alicerce renovado.